Como a sétima arte voltou com tudo depois de tempos de crise
Por Miguel Lobato
Depois de vários meses com as salas vazias, muitos disseram que o cinema estava fadado a enfraquecer e se tornar ultrapassado de vez. Durante a pandemia global da Covid-19, os serviços de streaming acabaram sendo um dos únicos meios com os quais os espectadores assistiam a filmes. E com isso, a sétima arte foi abalada, durante o ano de 2020 e mais da metade de 2021, com uma das maiores crises de sua história centenária.
Porém, a “maré” começou a tomar novas direções, por assim dizer, nos fins de 2021. Graças à vacinação, às medidas de segurança e ao isolamento social, os casos de coronavírus foram desaparecendo gradativamente. As coisas foram voltando ao normal, e logo foi a vez dos cinemas abrirem suas portas. Naquele ano, os últimos meses contaram com alguns grandes lançamentos, o que era um prelúdio do que estava por vir.
Dois mil e vinte dois foi um ano épico do início ao fim para o cinema. Uma série de grandes filmes chegavam incessantemente às telonas do mundo inteiro, e o público comparecia em peso para essa volta triunfal. Tão histórico quanto os lançamentos, foi também a edição do Oscar, que premiou os filmes num evento repleto de momentos icônicos e marcantes.
Eis aqui uma lista comentada dos filmes mais emblemáticos do ano passado que você precisa assistir, em ordem completamente aleatória, mais uma crítica especial do filme destaque no ano (Somente filmes que foram lançados no cinema).
- Top Gun – Maverick
- Elvis
- The Batman
- O Peso do Talento
- Os Banshees de Inisherin
- Não! Não Olhe!
- O Fabelmans
- X – A Marca da Morte
- Avatar – O Caminho da Água
- O Menu
CRÍTICA ESPECIAL DO DESTAQUE DO ANO
- Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
O que dizer de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”? Esse filme é tão impressionante que não existem combinações de palavras de qualquer dialeto ou linguagem capazes de descrever a grandiosidade, a doideira, a explosão criativa e a virtuosidade artística presentes nessa obra prima. Uma experiência cinematográfica inigualável e única. Quem assistiu esse filme no cinema sabe do que estou falando: numa tela grande, em alto e bom som, sem distrações, ou qualquer preocupação, e ao se concentrar na história que está sendo contada, o espectador muito provavelmente terá um momento absolutamente mágico. O filme é uma deliciosa erupção vulcânica de imaginação e maluquice sem precedentes.
Essa obra de múltiplos gêneros (essencialmente ficção científica) vai te deixar de queixo caído, completamente atordoado pelo fluxo quase inacabável de coisas imprevisíveis que vão acontecendo. Ninguém está preparado para esse filme. Ele vai além do que qualquer pessoa pode imaginar ao se sentar em uma poltrona numa sala de cinema. E mesmo com tantas coisas, tantas informações, tudo se encaixa coercitivamente. O longa-metragem foi indicado a 11 Oscar e venceu 7 deles: melhor filme; melhor diretor; melhor roteiro original; melhor montagem; melhor atriz; melhor ator coadjuvante e melhor atriz coadjuvante.
Quanto menos se sabe do enredo maior é a surpresa. Dito isso, eu recomendo fortemente que o leitor interessado assista a esse filme sem sequer ler a sinopse, se jogando de cabeça na história. Dica de amigo. Bom mergulho!